Por que esse tipo de empresa nunca teve, não tem e nunca terá bons funcionários (até aprender a trocar o ego pelo método)
Por Ahlex Van der | Grupo ALL
📖 Bloco 1 – Introdução + Águia Doidão + Anatomia do Caos + 50 Motivos Expandidos
1) Introdução – sem anestesia (o soco do Tyson)
Empresas raramente quebram por falta de cliente. Quebram por excesso de ego no comando.
É um padrão repetido na história empresarial brasileira: o fundador heroico, carismático, que começou no fundo de casa, construiu tudo com suor, mas nunca conseguiu sair do papel de “dono absoluto”. Ele é a Águia Doidão: voa alto na visão, mas mergulha em cada detalhe sem método, muda o rumo a cada semana, centraliza tudo “porque só ele sabe” e mistura sala de casa com sala de reunião.
O resultado é previsível: bons profissionais não ficam.
Funcionário não pede demissão da empresa. Funcionário pede demissão do ego do dono.
Este texto é uma auditoria: um raio-X dos erros comuns de empresas familiares e PMEs que ainda carregam o ranço do “jeito de família”, mesmo já sendo médias ou grandes. Aqui mostramos:
• Por que culturas centradas no Águia Doidão expulsam talentos.
• O que a gestão moderna e a neurociência já comprovaram sobre isso.
• Cases reais de quem acertou e quem errou.
• O antídoto: os Seis Pilares Estratégicos, os Oito Ciclos da Excelência, e o Software ALL (ex-AVDA) — que tiram a gestão do campo do achismo e levam para dados, método e cultura.
2) Quem é a “Águia Doidão”? (Gestão do Ego, versão brasileira)
O termo nasceu em nossas consultorias para batizar aquele dono que deveria sobrevoar o estratégico, mas fica sobrevoando em círculos e mergulha em tudo, sem critério, sem gestão e na base do grito e da rebeldia sem causa.
Outros nomes: ego do dono, gestão do ego, ditadura do carisma.
Cinco traços típicos:
- Visão forte; disciplina fraca. Tem ideias boas, mas não sustenta ritos de gestão.
- Velocidade alta; método baixo. Decide rápido, mede pouco.
- Carisma alto; previsibilidade baixa. Conquista na fala, desorganiza na prática.
- Controle alto; confiança baixa. Microgerencia e sufoca talentos.
- Descontrolado e Irracional. Neuroticidade alta, totalmente temperamental e impulsivo (alega que é humano).
📌 Mini-case (indústria metalúrgica real): ERP implantado, mas o dono segue usando o “caderno do chefe”. Controller pede demissão. Três orçamentos estratégicos são perdidos por precificação errada. A perda não veio do mercado — veio do ego.
Na neuropsicologia organizacional, esse perfil é identificado como liderança centrada no self (Self-Centered Leadership), que gera baixa segurança psicológica e alta rotatividade. Na neurociência, o ambiente imprevisível mantém o cérebro da equipe em modo ameaça (amígdala ativada), bloqueando aprendizado e inovação.
3) Anatomia do Caos – quando a empresa é extensão da sala de estar
Em empresas familiares brasileiras, é comum encontrar:
• Governança de corredor: o que vale é o que o dono falou “agora”.
• Família sem critério técnico: mãe no caixa, tio no financeiro, genro no RH, filho “para aprender” na diretoria.
• Processo de fachada: organograma no PPT, mas na prática é a voz do dono.
• Ambiente imprevisível: metas mudam por WhatsApp, prioridades por áudio.
Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à 2ª geração, e só 5% chegam à 3ª. A fórmula é a mesma: ego + improviso = fuga de talentos + queda de performance.
📌 Mini-case (varejo regional): Farmácias do interior de SP, onde o dono definia meta diária por áudio. Em um ano, turnover de gerentes passou de 60%. Os melhores saíram, ficando apenas quem aceitava o caos.
4) Os 50 motivos concretos para os funcionários fugirem
Agora, o inventário expandido. Para cada motivo, você terá: definição, por que acontece, impacto, exemplo prático e nota de neurociência (quando aplicável).
A) Liderança caótica e contraditória
- Decisões por impulso
O dono toma decisões baseadas em humor ou “feeling”, sem dados.
➡ Impacto: equipes perdem tempo e recursos em apostas ruins.
📌 Exemplo (varejo de moda): coleção inteira cancelada na última hora; estilistas saem.
🧠 Neurociência: excesso de mudanças ativa cortisol crônico → queda na memória de trabalho. - Troca de rota semanal
Cada semana tem uma “prioridade nova”. Projetos morrem antes de gerar frutos.
➡ Impacto: desperdício de energia, cinismo dos funcionários.
📌 Exemplo (startup B2B): backlog vira cemitério de ideias. - Falta de visão clara
Sem norte definido, cada área puxa para um lado.
📌 Exemplo (clínica multiprofissional): ora foca estética, ora saúde ocupacional → clientes e médicos ficam confusos. - Promessas quebradas
Bônus, home office, promoções: anunciados, mas não cumpridos.
📌 Exemplo (transportadora): PLR prometido por 3 anos não pago; motoristas saem em bloco. - Incoerência entre discurso e prática
Fala em “somos família”, mas grita e humilha.
📌 Exemplo (indústria): supervisor exposto em público → equipe se cala diante de problemas.
B) Centralização do poder
- Tudo depende do dono
Sem assinatura dele, nada anda.
📌 Exemplo (metalúrgica): compras paradas por 10 dias → cliente cancela pedido. - Microgerenciamento sufocante
O dono revisa até e-mail de analista.
➡ Impacto: sufoca autonomia.
📌 Exemplo (agência de marketing): talentos criativos pedem demissão. - “Só eu faço direito”
Frase clássica que destrói confiança.
📌 Exemplo (construção): engenheiro sênior tratado como estagiário. - Zero sucessão
Se o dono sai, tudo trava.
📌 Exemplo (distribuidora): férias do dono → 2 semanas de caos. - Voz do dono > processo
ERP, políticas, nada vale diante de um áudio do chefe.
📌 Exemplo (varejo atacadista): financeiro faz duas versões de relatório: oficial e “para o dono”.
C) Nepotismo e favoritismo
- Promoções por laços
Parente sobe, competente fica.
📌 Exemplo (rede de farmácias): sobrinho vira gerente sem preparo; farmacêutica sênior sai. - Parentes ou amigos em cargos-chave sem preparo
Genro no RH, cunhada no financeiro.
📌 Exemplo (clínica): erro fiscal grave → médicos deixam de indicar pacientes. - Salários diferentes para familiares
Familiar júnior ganha mais que especialista.
➡ Impacto: injustiça percebida → engajamento cai. - Meritocracia de fachada
Critérios mudam para favorecer “os nossos”.
📌 Exemplo (varejo): ranking manipulado → vendedores top se desmotivam. - Não familiares como segunda classe
Funcionários externos sentem que nunca terão chance.
📌 Exemplo (indústria alimentícia): gerente externo preterido por primo do dono → aceita proposta da concorrência.
D) Comunicação disfuncional
- Gritos e ironias normalizados
O dono resolve na base do berro. Para ele, “é só jeito de falar”. Para o time, é humilhação.
📌 Exemplo (varejo alimentar): reuniões de segunda-feira começavam com gritos sobre resultados. Consequência: equipe de vendas pediu em peso transferência.
🧠 Neurociência: humilhação ativa a mesma região cerebral da dor física (Eisenberger, UCLA). - Ordens contraditórias
Hoje é meta de crescimento, amanhã é corte de custo.
📌 Exemplo (empresa de logística): gestor recebe ordem para “contratar mais caminhões” e depois “reduzir frota” na mesma semana. - Decisões de corredor
Vale mais um comentário no café do que uma reunião oficial.
📌 Exemplo (tecnologia): equipe trabalha 3 semanas em uma funcionalidade, cancelada porque o dono decidiu diferente “na conversa com amigo”. - Monólogo, não diálogo
Reuniões viram sermões. Não há espaço para debate.
📌 Exemplo (indústria têxtil): plano de produção discutido sem ouvir supervisores → falhas se repetem. - Fofoca institucionalizada
A informação circula via boatos, nunca em canais claros.
📌 Exemplo (saúde): médicos descobrem por “rádio-corredor” que clínica será vendida. Resultado: êxodo de especialistas.
E) Clima de medo e imprevisibilidade
- Ameaças veladas
“Quem não gostar, a porta da rua é serventia da casa.”
📌 Exemplo (varejo): equipe de caixa vive sob ameaça de demissão coletiva. - Demissões por humor
Um dia o dono acorda irritado, alguém perde o emprego.
📌 Exemplo (indústria plástica): engenheiro elogiado é demitido após discussão pessoal. - Reféns do temperamento do dono
Clima da empresa depende do humor dele.
📌 Exemplo (comércio atacadista): “quando o chefe brigava com a esposa, sabíamos que metade da equipe iria rodar”. - Punição ao erro honesto
Qualquer falha vira castigo.
📌 Exemplo (TI): desenvolvedor punido por bug simples → equipe inteira para de arriscar inovação.
🧠 Neurociência: punição por erro inibe dopamina → reduz aprendizado e criatividade. - Insegurança crônica
Ninguém sabe o que esperar amanhã.
📌 Exemplo (hospital): médicos nunca tinham certeza se plantão seria pago. Resultado: migração em massa para concorrente.
F) Falta de governança e profissionalização
- Sem conselho ou protocolo de família
Empresa funciona no improviso.
📌 Exemplo (agro): fazenda cresce, mas sem acordo de sucessão entre filhos. Brigas judiciais levam a leilão judicial. - Processos frágeis
Não há padrão, só exceções.
📌 Exemplo (logística): cada motorista negocia entrega do seu jeito → clientes insatisfeitos. - Regras que mudam conforme interesse
Um dia vale A, no outro vale B, dependendo de quem pede.
📌 Exemplo (varejo moda): descontos autorizados para “clientes amigos do dono”, criando injustiça interna. - Sem metas claras
Cada área define a sua, sem coerência global.
📌 Exemplo (indústria química): produção bate recorde, mas vendas não acompanham → prejuízo. - Orçamento de fachada
Planilha existe, mas dono ignora.
📌 Exemplo (alimentício): orçamento previa 10 contratações; dono manda cortar 15 funcionários.
G) Estilo autoritário-populista
- Busca de bajulação
Mais vale agradar o dono do que bater meta.
📌 Exemplo (varejo eletro): gerente adorado pelo dono, mas péssimo em resultado, mantido por lealdade. - Culto ao fundador
O mito acima do método.
📌 Exemplo (indústria automotiva): slogans exaltam fundador morto, mas fábrica sucateada. - Decisões midiáticas
Escolhas feitas para “dar notícia”, não para dar resultado.
📌 Exemplo (alimentício): dono anuncia linha vegana sem estudo → prejuízo de R$ 2 milhões. - Hostilidade a especialistas
Consultor ou técnico = ameaça.
📌 Exemplo (hospital): diretor de qualidade contratado e demitido em 3 meses. - Criação artificial de inimigos
Divide para governar.
📌 Exemplo (varejo): dono inventa rivalidade entre equipes → clima tóxico.
H) Carreira e aprendizagem travadas
- Sem trilha de carreira
“Quem está aqui já devia se contentar.”
📌 Exemplo (metalúrgica): técnicos estagnados por 12 anos → êxodo para multinacional. - Treinamento visto como custo
Não investem em capacitação.
📌 Exemplo (varejo): vendedores treinados por concorrente → saem em seguida. - Promoções opacas
Ninguém sabe critério.
📌 Exemplo (hospital): promoção de coordenador feita “no churrasco de domingo”. - Chefes abafam talentos
Quem brilha mais ameaça e é podado.
📌 Exemplo (banco médio): analista estrela perde espaço para gerente mediano apadrinhado. - Baixa mobilidade interna
Não há realocação de talentos.
📌 Exemplo (indústria química): engenheira capaz pedindo demissão porque não conseguia mudar de setor.
I) Reconhecimento, recompensa e justiça
- Reconhecimento raro
Só cobrança, nunca elogio.
📌 Exemplo (varejo): vendedor top sai porque só ouvia críticas. - Bônus sem critério
Pagos “quando dá”.
📌 Exemplo (clínica): médicos reclamam, clima cai, pacientes percebem. - Pessoas = custo
Investir em gente é visto como desperdício.
📌 Exemplo (indústria têxtil): corte em treinamentos gera queda de qualidade. - Benefícios fracos
Plano de saúde precário, sem atrativos.
📌 Exemplo (varejo fast-food): turnover de jovens ultrapassa 80%. - Salário instável
Pagamento atrasado é “normal”.
📌 Exemplo (construção civil): pedreiros migram em massa para concorrente.
J) Saúde mental e segurança psicológica
- Jornadas abusivas
12, 14 horas por dia como regra.
📌 Exemplo (logística): motoristas dormindo ao volante → acidentes. - Glorificação do sacrifício
“Quem ama a empresa, morre por ela.”
📌 Exemplo (indústria têxtil): gerente infarta na fábrica, naturalizado como “herói do trabalho”. - Burnout ignorado
Exaustão tratada como frescura.
📌 Exemplo (startup): dois desenvolvedores afastados, dono chama de “preguiça”. - Competição destrutiva
“Um contra o outro” vira política interna.
📌 Exemplo (varejo eletrônico): brigas entre vendedores → clientes presenciam. - Zero segurança psicológica
Ninguém sente liberdade para falar ou criar.
📌 Exemplo (clínica): enfermeira não relata erro por medo → paciente sofre complicações.
🧠 Neurociência: Amy Edmondson (Harvard) mostrou: sem segurança psicológica, equipes não inovam.
Use estes 50 comportamentos como um inventário, utilizando da seguinte forma.
Marque de 0 a 50.
• 0–10: atenção; há gordura para queimar.
• 11–20: risco; sangria de talento iniciada.
• 21–30: alto risco; efeito cascata.
• 31+: alerta vermelho; ruptura iminente (saída de craques, perda de cliente âncora, colapso cultural).
📖 Bloco 2 – A Ciência Confirma + Casos + Diagnóstico da Virada
5) A ciência confirma: gestão & neurociência, sem achismos
5.1 Gestão & Liderança – o que os grandes autores já provaram
• Ram Charan (autor de Owning Up e Every Business Is a Growth Business): mostrou que empresas familiares quebram não por falta de cliente, mas por falta de sucessão e governança. Sem preparar a próxima geração, a empresa vira refém do ego do fundador.
• Jim Collins (Good to Great e How the Mighty Fall): empresas caem por “arrogância nascida do sucesso” (hubris born of success). O Águia Doidão se apaixona pela própria narrativa, acha que sabe tudo, ignora dados e profissionais. O declínio começa aí.
• Simon Sinek (Start With Why): equipes só engajam quando entendem e acreditam no porquê. Empresas de ego não compartilham propósito, distribuem ordens. Resultado: trabalho sem alma.
• Peter Drucker (pai da administração moderna): “Cultura come estratégia no café da manhã”. Nas empresas familiares, cultura de improviso corrói qualquer planejamento bonito.
• Daniel Kahneman (Prêmio Nobel, Rápido e Devagar): donos em modo “Águia Doidão” são dominados por heurísticas e vieses – excesso de confiança, viés da disponibilidade, ilusão de controle. Eles decidem rápido, mas quase sempre decidem errado.
• Amy Edmondson (Harvard, The Fearless Organization): sem segurança psicológica, times não falam, não inovam e não aprendem. Empresas familiares autoritárias criam culturas de silêncio.
5.2 O que a Neurociência diz sobre empresas de ego
O cérebro humano evoluiu para sobreviver em tribos estáveis. Empresas comandadas pelo ego quebram essa lógica, criando ambientes de ameaça crônica.
• Amígdala – centro do medo. Em ambientes imprevisíveis, a amígdala dispara. Funcionário vive em estado de alerta → foco em sobrevivência, não em inovação.
• Cortisol – hormônio do estresse. Estresse contínuo por gritos, humilhações e incerteza gera cortisol crônico → perda de memória de trabalho, aumento de erros, risco de burnout.
• Dopamina – sistema de recompensa. Reconhecimento injusto ou promessas quebradas desligam a dopamina. O trabalho deixa de trazer prazer → engajamento despenca.
• Oxitocina – hormônio do vínculo. Culturas de medo destroem pertencimento. Funcionários não confiam, não cooperam.
• Noradrenalina – ligada à atenção. Em excesso, gera hiperfoco em ameaças. Funcionário passa mais tempo cuidando de “não ser demitido” do que de atender o cliente.
📌 Tradução prática: a Águia Doidão não é só ruim para o negócio, ela é biologicamente tóxica para o cérebro humano.
6) Casos aplicados — quem acertou e quem errou
6.1 Casos públicos positivos (Brasil e mundo)
Magazine Luiza (Varejo)
• Desafio: empresa familiar, forte presença da família Trajano.
• Ação: profissionalização da gestão, conselho atuante, cultura de “gente que gosta de gente”.
• Resultado: digitalização bem-sucedida, turnover baixo, talentos atraídos.
WEG (Indústria)
• Desafio: empresa nascida em Jaraguá do Sul.
• Ação: sucessão planejada, processos robustos, melhoria contínua.
• Resultado: de empresa familiar a multinacional respeitada, sem perder cultura de simplicidade.
Natura (Beleza)
• Desafio: conciliar crescimento agressivo e preservação de valores.
• Ação: propósito vivido no dia a dia, integração respeitosa em aquisições.
• Resultado: cultura engajada, pertencimento elevado.
Ford (EUA)
• Desafio: família fundadora ainda no controle, mas enfrentando crises.
• Ação: profissionalização da gestão e investimento em P&D.
• Resultado: sobreviveu a várias crises que mataram concorrentes.
6.2 Casos negativos (empresas anônimas)
Transportadora Ômega (MG)
• Antes: fundador brilhante em vendas, mas centralizador. Família em finanças e RH.
• Erro: demissões impulsivas, caixa mal controlado.
• Depois: gestores saíram, contratos âncora perdidos.
Rede Farma Delta (SP)
• Antes: parentes sem preparo em cargos críticos.
• Erro: metas mudando por WhatsApp, falta de critério.
• Depois: farmacêuticos especialistas saíram; turnover de 60% em um ano.
Clínica Sigma (Saúde)
• Antes: genro no financeiro, cunhada no RH.
• Erro: favoritismo, falta de meritocracia.
• Depois: médicos renomados pediram demissão; receita caiu.
6.3 Casos ALL (Grupo AVDA)
🔹 Indústria no Sul de Minas
• Antes: dono aprovava tudo, turnover de supervisores 48%/ano.
• Depois: Seis Pilares + Oito Ciclos implantados, delegação dirigida, indicadores.
• Resultado: turnover caiu para 21%; entregas no prazo +19 p.p. em 6 meses.
🔹 Rede de Clínicas (SP/MG)
• Antes: conflitos familiares, clima de injustiça.
• Depois: mapeamento cultural + protocolo de família.
• Resultado: especialistas voltaram; receita por cliente +27%.
🔹 Transportadora do interior paulista
• Antes: dono comandava por áudios de WhatsApp.
• Depois: Software ALL mediu centralização, criou janela de mudanças.
• Resultado: interrupções do CEO –46%; produtividade +21%.
📌 Provas reais: grupoavda.com/cases-de-sucesso
7) Diagnóstico & Virada — passo a passo expandido
Etapa 1 — Radiografia franca
• Escuta 1:1 com líderes e grupos foco.
• Levantamento dos 50 motivos (pontuar cada um: 0 = não ocorre, 1 = às vezes, 2 = frequente).
• Dados duros: turnover, absenteísmo, NPS interno, indicadores de ciclo (vendas, produção, entregas).
📌 Exemplo: clínica mapeou 31/50 motivos → alerta vermelho → intervenção imediata.
Etapa 2 — Travar a sangria
• Código de conduta (humilhação = tolerância zero).
• Fim de mudanças diárias: criar janela de decisão (quinzenal).
• Delegação dirigida: cada área assume 3 decisões antes feitas pelo dono.
📌 Exemplo: rede de varejo, dono delegou compras < R$ 20 mil. Resultado: tempo de ciclo caiu 38%.
Etapa 3 — Governança mínima
• Conselho consultivo ou protocolo de família.
• Acordo de sócios claro.
• RACI publicado (quem decide o quê).
📌 Exemplo: distribuidora familiar implantou conselho; conflitos entre irmãos reduziram drasticamente.
Etapa 4 — Cultura com dentes
• Valores descritos em comportamentos observáveis.
• Promoção e bônus atrelados a esses descritores.
📌 Exemplo: varejo ligou bônus a pontualidade e acurácia. Turnover caiu de 60% para 28% em 6 meses.
Etapa 5 — Gente & Performance
• Job Scorecards claros.
• Onboarding 30-60-90.
• Leading indicators acompanhados.
📌 Exemplo: hospital criou onboarding de 90 dias → retenção de enfermeiros aumentou 22%.
Etapa 6 — Higiene tecnológica
• ERP como fonte única.
• Automação de tarefas repetitivas.
• Painel executivo com 5 KPIs chave.
📌 Exemplo: indústria implantou dashboard de produção → cycle time –37%.
📖 Bloco 3 – A Virada: Pilares, Ciclos, Auditoria, Exercícios e Manifesto Final
8) Os Seis Pilares Estratégicos da Gestão de Pessoas – a bússola que separa empresas amadoras de empresas de alta performance
Quando falamos em pilares estratégicos, não estamos falando de jargão bonito, mas de uma verdadeira bússola de gestão. São seis áreas que, quando firmes, sustentam o crescimento. Quando frágeis, fazem a empresa desmoronar.
Muitas empresas familiares ou em crescimento até têm produto, cliente e caixa. Mas sem esses seis fundamentos, tudo é feito na base do improviso — e o improviso é o terreno fértil da Águia Doidão.
Pilar 1 – Liderança
Liderança é coerência e maturidade. Não basta “mandar”. Liderar é dar direção e proteção, mostrar o caminho e garantir que as pessoas possam segui-lo com segurança.
• Quando falta: surgem chefes autoritários, gritos, clima de medo, microgerenciamento.
• Exemplo real: uma metalúrgica em Minas tinha supervisores que gritavam mais do que ensinavam. Resultado: alta rotatividade e queda de produtividade. Após implantar rituais de feedback e 1:1 quinzenais, os líderes passaram a ser vistos como guias, não como fiscais.
Pilar 2 – Estratégia
Estratégia é clareza e foco. É escolher um caminho e abrir mão de outros.
• Quando falta: a empresa abraça tudo, mas não aprofunda em nada.
• Exemplo real: uma startup de tecnologia tinha nove produtos. Sete davam prejuízo. Quando decidiu cortar e focar nos dois rentáveis, margens cresceram em dois trimestres.
Pilar 3 – Cultura
Cultura é o DNA visível: aquilo que as pessoas fazem mesmo quando o dono não está olhando.
• Quando falta: valores viram frases na parede, sem prática.
• Exemplo real: uma rede de varejo dizia valorizar “qualidade no atendimento”. Mas só cobrava número de vendas. O atendimento despencou. Quando alinharam bônus a comportamentos (pontualidade, qualidade), turnover caiu de 60% para 28% em 6 meses.
Pilar 4 – Fit Comportamental
É o encaixe entre perfil e função. Cada cadeira exige um tipo de comportamento e estilo.
• Quando falta: o sobrinho tímido vai para o comercial, e o analítico obsessivo cai no RH.
• Exemplo real: em uma clínica, coordenadores de perfis conflitantes brigavam diariamente. Após mapeamento comportamental, reposicionaram cargos. Conflitos caíram 41% em 90 dias.
Pilar 5 – Processos
Processos são o ritmo e disciplina da operação. Não são burocracia, são cadência.
• Quando faltam: cada setor cria “seu jeito”, e o resultado é caos.
• Exemplo real: empresa de logística padronizou checklist de entrega. Erros caíram 33% em dois meses.
Pilar 6 – Indicadores
Indicadores são o painel de bordo. É impossível dirigir de olhos fechados.
• Quando faltam: decisões são tomadas no “feeling do dono”.
• Exemplo real: área comercial de uma empresa B2B sofria com ciclo de propostas altíssimo. Após painel de indicadores, reduziu 37% no tempo médio.
📌 Resumo: os seis pilares são uma bússola. Sem eles, a empresa gira em círculos. Com eles, cria direção, disciplina e cultura de crescimento.
9) Os Oito Ciclos da Excelência Empresarial – a régua de cultura e maturidade
Se os pilares são a bússola, os oito ciclos são a régua da cultura organizacional. Eles mostram o passo a passo de maturidade que toda empresa precisa percorrer para construir uma cultura forte.
Sem esses ciclos, o propósito é só um sonho bonito no quadro da recepção. Com eles, vira prática.
Ciclo 1 – Visão de Mundo
Pergunta: onde estamos e para onde vamos?
Exemplo: uma PME de tecnologia definiu a visão de internacionalizar em 5 anos. O simples ato de escrever e comunicar aumentou engajamento em 22%.
Ciclo 2 – Missão & Identidade
Pergunta: quem somos, quais nossos pontos fortes, quais nossos gaps?
Exemplo: clínica que se vendia como “clínica geral” se reposicionou como “referência em saúde ocupacional”. Atraiu novos contratos.
Ciclo 3 – Princípios (e crenças a aposentar)
Pergunta: que crenças nos trouxeram até aqui e não nos levarão adiante?
Exemplo: empresa acreditava que “treinamento é custo”. Ao mudar para “treinamento é investimento”, aumentou qualidade e retenção.
Ciclo 4 – Planejamento & Organização
Ferramentas: OKRs, RACI, calendário de gestão.
Exemplo: indústria alimentícia implantou rotina de reuniões semanais. O caos caiu em 40%.
Ciclo 5 – Processos
Meta: consistência antes de genialidade.
Exemplo: logística que padronizou checklist de entrega reduziu falhas em 33%.
Ciclo 6 – Indicadores
Pergunta: como sabemos se estamos chegando lá?
Exemplo: call center que passou a medir taxa de resolução no primeiro contato. Satisfação subiu.
Ciclo 7 – Liderança
Só lidera quem domina os seis anteriores.
Exemplo: varejo implementou trilha de líderes. Supervisores foram preparados para sucessão.
Ciclo 8 – Propósito
Propósito não é frase bonita, é prática diária.
Exemplo: Natura mantém propósito vivo nas práticas, e não apenas na propaganda. Isso sustenta engajamento.
📌 Resumo: os ciclos são a régua. Mostram o nível de maturidade cultural e organizacional. Uma empresa só cresce de forma sustentável se percorrer esses passos.
10) Exercícios práticos — como aplicar na sua empresa
Exercício 1 – Mapa do Ego no Comando
- Liste todas as decisões que hoje só o dono toma.
- Liste as que poderiam ser delegadas amanhã.
- Liste as que já deveriam estar delegadas há anos.
👉 Escolha três da segunda lista e delegue hoje.
📌 Exemplo prático: dono de transportadora delegou compras de até R$ 20 mil ao gerente. Reduziu 38% o tempo de ciclo.
Exercício 2 – Termômetro dos 50 Motivos
Baixe a lista dos 50 motivos. Marque 0 (não ocorre), 1 (às vezes), 2 (frequente).
• 0–10 pontos: atenção.
• 11–20: risco.
• 21–30: alto risco.
• 31+: alerta vermelho.
📌 Exemplo: clínica marcou 31/50 → entrou em programa intensivo de virada.
Exercício 3 – Ritual de Segurança Psicológica
- No início da reunião, cada pessoa fala uma palavra sobre como chegou.
- No fim, compartilham três aprendizados.
📌 Exemplo: equipe de TI que adotou esse ritual reduziu 40% conflitos interpessoais.
11) Checklist de Auditoria – como usar
O que é uma auditoria?
É um diagnóstico estruturado. Assim como o médico pede exames para entender o corpo, o consultor usa auditoria para entender a empresa.
Como usar este checklist:
• Leia cada item.
• Marque 0 (inexistente), 1 (parcial), 2 (consolidado).
• Ao final, terá um mapa claro dos pontos fortes e fracos.
Exemplos de itens explicados:
• Conselho ativo e protocolo de família aprovados.
• Acordo de sócios define papéis e sucessão.
• RACI publicado (quem decide o quê) e respeitado.
• Janela de mudanças estabelecida (quinzenal/mensal).
• Descritores culturais claros e usados em avaliação.
• Bônus e promoções vinculados a descritores e resultados.
• 1:1 quinzenal e feedback em até 7 dias após entregas.
• Pós-mortem sem culpados (aprendizado institucional).
• Onboarding 30–60–90 com metas e mentoria.
• OKRs desdobrados (empresa → área → pessoa).
• ERP como fonte única; painéis com 5 KPIs “north star”.
• S&OP (se houver físico) e ritos semanais padronizados.
• Trilha de líderes + plano de sucessão por cadeira crítica.
• Mapa de riscos de conflito(líderes/áreas) com mitigação.
• NPS interno trimestral e turnover voluntário monitorado.
• Canais de fala segura (segurança psicológica mensurada).
• Mapa do Ego no Comando revisado a cada 60 dias.
• Heatmap dos 50 Motivos atualizado mensalmente.
• Ciclo de comunicação (mensagem → canal → frequência) ativo.
Livro de decisões (log) para rastreabilidade e aprendizado.
📌 Resumo: o checklist é uma radiografia. Mostra aonde a empresa está madura e onde o ego ainda domina.
12) FAQ – perguntas frequentes
O FAQ (Frequently Asked Questions) serve para compreender e eliminar dúvidas e objeções. É a voz do empresário desconfiado.
Exemplo de perguntas e respostas:
- “Ter família na empresa é errado?”
➡ Não. Errado é colocar familiares em cargos sem preparo técnico. - “Preciso de tudo isso numa empresa pequena?”
➡ Sim. Quem não começa certo pequeno, sofre em dobro quando cresce. - “Nosso problema é só salário.”
➡ Não. Gallup mostra: injustiça e falta de reconhecimento pesam mais que salário. - “Mas meu jeito sempre funcionou até agora, por que mudar?”
➡ Porque o que trouxe até aqui não leva adiante. Jim Collins provou: empresas quebram quando confundem sucesso passado com garantia de futuro. - “Se eu delegar, não perco o controle?”
➡ Não. Delegar com método é ganhar mais controle real, porque você acompanha por indicadores, não por achismos. - “Esse negócio de cultura não é papo de RH?”
➡ Não. Cultura é estratégia. Drucker já dizia: cultura engole estratégia no café da manhã. - “E se meus funcionários não quiserem mudar?”
➡ Pessoas resistem a mudanças mal comunicadas. Quando há propósito claro, segurança psicológica e indicadores, até os céticos se engajam. - “E se eu não tiver tempo para tudo isso?”
➡ O tempo vai embora de qualquer jeito. Ou você investe agora em organizar, ou perderá muito mais tempo apagando incêndios. - “Mas empresa familiar não é assim mesmo?”
➡ Não. Magazine Luiza, WEG, Gerdau e Natura são familiares — e viraram gigantes porque profissionalizaram a gestão. - “Isso não sai muito caro?”
➡ Caro é perder talentos, contratos e reputação. A anamnese ALL, por exemplo, custa menos que um único salário perdido em turnover, mas evita milhões em prejuízo.
13) Manifesto Final — em três blocos
Bloco 1 – A denúncia
As pessoas não fogem de empresas. Fogem de injustiça, imprevisibilidade e egos inflados.
A Águia Doidão transforma talento em desgaste, inovação em medo, futuro em colapso.
Bloco 2 – O chamado à virada
Mas há outro caminho: A governança pelo método. Quando os seis pilares se consolidam e os oito ciclos são praticados, nasce uma cultura de confiança, previsibilidade e alta performance.
Bloco 3 – O convite à ação
Cada dono tem uma escolha: continuar no voo cego da Águia Doidão ou adotar método, cultura e liderança madura.
A virada começa no ego do dono. Se o dono muda, a empresa cresce.
14) Chamada à Paixão — Anamnese 360°
A Anamnese 360° é o check-up organizacional mais completo do mercado. Avaliada em R$ 12 mil, será oferecida sem custo para leitores deste manifesto.
Benefícios:
• Radiografia do ego no comando.
• Fit comportamental e cultural mapeados.
• Diagnóstico de riscos de conflito.
• Maturidade de processos e indicadores.
• Saúde organizacional: engajamento e segurança psicológica.
Entrega: relatório executivo com prioridades 30-60-90 dias + plano de virada alinhado aos Seis Pilares e Oito Ciclos.
Vantagens:
• Redução de turnover.
• Crescimento sustentável.
• Cultura forte e competitiva.
15) Biografia — quem é Ahlex Vân Der
Ahlex Vân Der fundador do Grupo ALL (antes AVDA). Mentor, estrategista de negócios, especialista em liderança, cientista comportamental, cultura e performance.
Começou a trabalhar aos 11 anos. Aos 14, já era dono do próprio negócio. Aos 17, diretor de rádio. Aos 21, consultor do Sebrae. Aos 25, diretor de consultorias. Aos 28, diretor de multinacional. Aos 30, fundou a Universidade dos Campeões.
Ao longo de minha jornada:
• Treinei mais de 74 mil pessoas.
• Atendi 1.712 empresas.
• Recoloquei mais de 11.500 profissionais.
• Construi autoridade com mais de 50 formações em coaching, 40 em PNL, 10 em neurociência e 12 especializações em gestão, comportamento e inovação.
Sou criador dos Seis Pilares Estratégicos, dos Oito Ciclos da Excelência e do Software MaxCam ALL, ajuda empresas a trocar a ditadura do ego pelo governo do método.
Minha missão é clara: transformar líderes em protagonistas da própria história e construir empresas onde pessoas boas queiram entrar, ficar e vencer.
📌Ahlex Van der All
Fundador do Grupo ALL